Um dos desafios para um pesquisador é escolher em qual periódico será submetido seu artigo científico. Para tornar essa escolha um pouco mais fácil, existem diferentes índices e classificações que tentam mensurar o impacto de uma revista/periódico na comunidade científica. Uma dessas classificações é o Qualis Capes, também chamada de Qualis Periódicos quando focada na estratificação de revistas/periódicos. Essa classificação vem sofrendo uma profunda alteração em seu processo de estratificação e, para diferenciá-lo, passou-se a ser chamado de Qualis Referência.
Segundo o portal da Capes, a nova proposta se baseia em quatro princípios:
- Classificação única – cada periódico recebe apenas uma qualificação, independentemente da quantidade de áreas de avaliação às quais foi mencionado;
- Classificação por áreas-mães – os periódicos foram agrupados de acordo com a área na qual houve maior número de publicações nos anos de referência avaliativo, chamada de área-mãe;
- Qualis Referência - por meio do uso combinado de indicadores bibliométricos e um modelo matemático, a própria Diretoria de Avaliação montou uma lista de periódicos pré-classificados, definidos como Qualis Referência;
- Indicadores bibliométricos – basicamente, são os que consideram o número de citações do periódico dentro de três bases: Scopus (CiteScore), Web of Science (Fator de Impacto) e Google Scholar (índice h5). Foi levada em consideração a categoria de área que cada base enquadra o periódico e a sua posição relativa dentro dela.
Assim, o Qualis Referência, como o próprio nome diz, servirá como referência para os comitês das áreas-mãe determinarem o estrato do Qualis Periódico de cada revista. Não vou me alongar nesse processo, mas os comitês podem realizar “ajustes finos” para a comunidade brasileira modificando o estrato de uma pré determinada porcentagem de periódicos.
De forma geral, os estratos do Qualis Referência foram definidos por intervalos iguais (12,5%) do percentil final, resultando em 8 classes com os seguintes recortes:
- 87,5% define valor mínimo do 1º estrato (A1)
- 75% define valor mínimo do 2º estrato (A2)
- 62,5% define valor mínimo do 3º estrato (A3)
- 50% define valor mínimo do 4º estrato (A4)
- 37,5% define valor mínimo do 5º estrato (B1)
- 25% define valor mínimo do 6º estrato (B2)
- 12,5% define valor mínimo do 7º estrato (B3)
- Valor máximo do 8º estrato inferior a 12,5% (B4)
Dentre os índices bibliométricos apresentados, o mais acessível e completo índice é o CiteScore da Scopus. Isso ocorre porque o JCR do Web of Science (hoje Clarivate) só é acessado se você estiver conectado em uma rede dentro de alguma universidade ou realizando um redirecionamento, o que pode ser complicado. Além disso, o editor de um periódico precisa submeter um relatório para o Web of Science para que ele seja classificado enquanto os dados para os outros índices são coletados automaticamente. Já o índice h5 do Google Scholar é aberto, mas como você pode ver clicando aqui não existe informações adicionais para comparação dentro da mesma área.
O CiteScore pode ser acessado clicando aqui e basta procurar por um periódico de interesse ou acessar a classificação por área.
Quando um periódico específico é procurado, ele irá mostrar o CiteScore para os periódicos correspondentes à pesquisa e o maior percentil dentro das áreas que tal periódico é avaliado. Selecionando um desse periódicos, você pode acessar qual o percentil para todas as áreas que esse periódico é avaliado.
Já quando a busca por área é selecionada, é possível escolher qual área dentre as avaliadas pela Scopus se deseja pesquisar. Os periódicos serão apresentados em ordem decrescente considerando o percentil dentro da área selecionada. Cada periódico pode ser selecionado para acessar sua classificação em outras áreas.
Essa classificação em percentil da Scopus apresenta uma possível estratificação no Qualis Referência. Além disso, você pode se basear nessa classificação para definir os periódicos para suas publicações.
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